A FLONA leva o mesmo nome do município em que se localiza. Nísia Floresta, que tem este nome como forma de homenagear a escritora Nísia Floresta Brasileira Augusta que nasceu, no município, em 12 de outubro de 1810 e entrou para a história defendendo o ideal republicano, a igualdade política entre os sexos e a liberdade aos escravos. Em meio a uma sociedade conservadora, a autora foi considerada precursora de um processo inovador e revolucionário em defesa dos direitos das mulheres, sendo sua produção literária reconhecida mundialmente.
A história da
Floresta Nacional de Nísia Floresta começa em 20 de novembro de 1948, com a
doação de um terreno de 174,95 hectares, da Prefeitura Municipal para a União
Federal, na época representada pelo Fomento Agrícola Federal. Em 28 de
fevereiro de 1967 a área foi incorporada ao Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF) como dependência da Estação Florestal de
Experimentação (EFLEX) de Assú, através do Decreto-Lei 289/67.
Com a criação do
IBAMA, em 1989, a área passou a integrar a nova estrutura do Instituto, como
uma unidade descentralizada e estava vinculada administrativamente à
Superintendência Estadual, como EFLEX de Nísia Floresta, portaria 10.561-P.
Posteriormente o
Decreto da Presidência da República, em 27 de setembro de 2001, dá uma nova
destinação a está área criando a Floresta Nacional de Nísia Floresta, com o
objetivo de promover o manejo adequado dos recursos naturais, garantir a
proteção dos recursos hídricos e belezas cênicas e fomentar o desenvolvimento
da pesquisa científica, com ênfase à sua exploração sustentável.
RELEVO E CLIMA
Relevo
O
relevo é caracterizado por planícies junto ao litoral (planícies e tabuleiros
costeiros). Os tabuleiros costeiros estendem-se numa faixa contínua ao longo do
litoral do estado. Sua largura média é de 50 km e a altitude varia entre 70 e
100 metros. Quanto ao relevo do município de Nísia Floresta, o mesmo não atinge
100 m de altitude.
Solo
A
área é caracterizada por três tipos de solo: Argissolo Vermelho-amarelo;
Latossolo Amarelo; e Neossolo Quartzênico. O solo predominante é composto por
duas associações de solos com areia quartzoza distrófica, latossolo vermelho
amarelo distrófico e areia distrófica com podzólico vermelho-amarelo.
Geologia
O
município está inserido na área de abrangência do Grupo Barreiras, com idade do
Terciário Superior, onde predominam argilas, arenitos, arenitos
conglomeráticos, siltitos, arenitos caulínicos inconsolidados e mal
selecionados. As rochas do Grupo Barreiras estão recobertas localmente por
extensas coberturas arenosas coluviais e aluviais indiferenciadas
(paleocascalheiras), compostas de paraconglomerados com seixos de quartzo,
sílex e fragmentos líticos, matrizes areno-argilosas avermelhadas, que formam
solos altamente permeáveis e lixiviados.
Hidrologia
O
município de Nísia Floresta possui 25,10% de seu território inserido nos
domínios da bacia hidrográfica do Rio Trairi; 20,91% nos domínios da bacia
hidrográfica do Rio Pirangi; e 53,99% nos domínios da Faixa Litorânea Leste de
Escoamento Difuso, sendo banhado pela sub-bacia do Rio Trairi. No interior da
FLONA de Nísia Floresta existem 3 lagoas: a Lagoa da Vaquinha, com 0,7 ha, que
não é perene e está completamente inserida na área da FLONA; Lagoa da Coruja,
com 7,1 ha, que não é perene e está completamente inserida na área da UC; e
Lagoa Seca: é a maior lagoa, com área de 20,8 ha; sua maior porção está
inserida em uma fazenda de propriedade particular que faz divisa com a FLONA. É
a única lagoa perene e de extrema importância para manutenção da vida dos
animais da UC.
FAUNA E FLORA
Flora
A
flora da unidade de conservação é composta por vegetação nativa (Mata Atlântica
e tabuleiro) e por vegetação experimental, principalmente eucaliptos, sendo
importante ressaltar que a área para experimentação florestal, ocorrida
na Floresta Nacional de Nísia Floresta até o final da década
de 70, apresenta processo de regeneração natural bastante avançado da mata
nativa, onde algumas áreas já possuem variações florísticas semelhantes às das
áreas de Mata Atlântica.
Faltam
estudos científicos que comprovem a presença de espécies endêmicas da flora na
unidade.
Fauna
Destaque
para a presença da formiga Dinoponera quadríceps. Esta espécie
endêmica do nordeste brasileiro é uma das maiores do mundo, medindo cerca de 3
cm. Não possui rainha e é conhecida popularmente por Tocandira ou Formigão. Sua
dieta é constituída de artrópodes e frutas. Esta formiga não está presente em
ambientes que sofrem ações antrópicas, por isso é considerada como uma espécie
indicadora de ambientes preservados.
FONTE – WIKI PARQUES